sexta-feira, 28 de junho de 2019
recomeço
talhei o quadro num intimo e fiel recomeço
cujo fim teve inicio no suave cair da folha
quebrei o galho castanho que segurava a dor
perdendo-a na vida sem um tempo de escolha
sou o gelo crispado que cobre a serra inquieta
escorrendo deste corpo uma saudade distante
pela terra que se abriu fecharam-se os lábios
à madrugada vadia e de libidinosa voz amante
engarrafei aquela palavra que apanhei verde
nos jardins de dedos em verdadeira euforia
soprando ao vento esperei pelo mar que a leve
ao abraço de quem sente a verdadeira poesia
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